quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fúnebre Felicidade



Erguido dos mortos, montado pedaço por pedaço
Criado na máquina, Frankie se ergueu
Quase perfeito, um curioso nato
Aprendeu à falar, e com o tempo cresceu.

Sua pele era morta, fria, costurada
Suas feições eram curiosas, uniam tristeza e felicidade
Contrastava o obscuro, com sua pele remendada
Uma mistura realmente curiosa, entre o bem e a maldade.

Nunca saía na rua, preferia mais a sua própria casa
Limitava sua vida, em ler e tocar seu piano
No entanto, certa noite, Frankie saiu numa caminhada
Livremente pela rua, sentia-se como um humano.


Porém algo lhe faltava, e a tristeza lhe consumia
Não possuía uma alma, sem amigos, nenhum parente
Mas como o futuro é complicado, alguém ele conhecia
E pelo escuro da cidade fria, sorria-lhe contente, uma moça diferente.

Cabelos loiros, olhos azuis e um sorriso envolto
Tranquilidade ela transmitia
Tempo corria, tempo voltava, enfim interessavam-se um pelo outro
A morte e a vida, unidos, curiosamente, formavam alegria.

Frankie apaixonava-se, enfim perdidamente
Sally chamava-se ela, a menina curiosa
O tempo passava, amavam-se intensivamente
Sally cuidava dele, amava-lhe carinhosa.

No entanto, encontravam-se escondidamente
Frankie era alertado, poderia correr perigo
O garoto não realmente não se importava, vivia agora apaixonadamente
E pela primeira vez, Frankie sentia-se tendo um abrigo.

Durante tardes ensolaradas, prendia-se em seu lar
Com Sally ele vivia tranquilamente, com Sally ele cantava
Demonstrava-se tão dócil, capaz de abraçar e amar
Durante o dia ele vivia, ele amava, ele beijava! E a noite ele se libertava.

Os pais de Sally perguntavam-na: “Onde você estava?”
A moça simplesmente respondia, claro, passeando ela estaria!
E rumava ao casebre de Frankie, pois o amando ela continuava
Sem saber no entanto, que o seu pai lhe seguia.

Ao descobrir a relação, assustado seu pai gritou
“Aberração! Afaste-se de minha filha, desgraçado!”
“Mas como você, também sou humano!” o pobre Frankie urrou
Mas de nada adiantou, pois o homem estava armado

Apontando adiante, matar Frankie ele queria
Sally estava à sua frente, protegê-lo desejava
O pai, sem ficar hesitante, o gatilho apertou, pois uma vida ele tiraria!
A bala percorreu, Frankie se ergueu e Sally por seu destino esperava.

O projétil feroz, a sala cruzava, e cravava logo em seu peito
Sally em gritos, colhia nos braços, um Frankie que repousava em calma
Ajoelhado no chão, enquanto Sally chorava, agora se despedia no leito
Feliz por ter sido humano, por ter tido um amor, e agora, por ganhar uma alma.


Espero que  gostem do poema,
é um Terror Gótico, mais artístico mesmo. Bons sonhos... 
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